quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mais um pula do barco - Wanderley Peres deixa Cultura

Secretário de Cultura anuncia que irá deixar o Governo Jorge Mario.



As coisas estão se complicando cada vez mais no castelinho de areia do prefeito Jorge Mario. Quem pulou do barco no momento e abandonou o grupo do prefeito foi Wanderley Peres que a dois anos estava a frente da Secretaria de Cultura.

Wanderley também tem forte influência na TV Diário e no jornal O Diário de Teresópolis que pertencem a seu filho e que recebem verba publicitária da Prefeitura Municipal. O Jornal O Diário de Teresópolis é também utilizado pela prefeitura municipal como diário oficial do município o que lhes garante mais uma boa renda mensal.

Com todo esse dinheiro em jogo eu me pergunto se a saída da secretaria de cultura foi realmente por não concordar com atitudes do atual governo ou se foi algo meramente estratégico. A resposta a este questionamento só o tempo e a atitude dos envolvidos esclarecerão.



O certo é que o castelinho de areia do prefeito esta desabando e  ninguém quer arriscar a imagem ficando ao lado de Jorge Mario.











5 comentários:

  1. Sinceramente, fico com a primeira opção. Mas vamos aguardar os acontecimentos futuros, eles vão nos mostrar quem são as ervas daninhas.

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  2. Raphael, me fez bem ter participado da administração municipal. Quando percebi que não podia mais continuar, que ficar no governo fazia mal pra mim, saí. E, disse publicamente, porque estava saindo. Vale, então, reproduzir aqui a minha "Carta de Renúncia", que postei por e-mail para o prefeito, já que ele nunca tinha tempo para conversar sobre o assunto que me afligia.
    Fui, nesse período de dois anos, uma figura pública. E sonhei publicamente os sonhos da Cultura em Teresópolis.
    Não posso aceitar, no entanto, as hilações que faz com relação a O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS. Nunca, e se fosse melhor informado saberia disso, O DIÁRIO ou a TV DIÁRIO receberam mesada do governo. A empresa proprietária do jornal ganhou licitação, com o menor preço, e tem contrato para publicar os atos oficiais da prefeitura, como tantos outros jornais locais já o fizeram. O relacionamento comercial do DIÁRIO pára por aí. Mesmo no período em que estivemos na Cultura, as páginas do DIÁRIO foram plurais, publicando críticas contundentes que, inclusive, desagradaram ao governo.
    Que o prefeito seja feliz na forma como pretende concluir o governo e que você se satisfaça saboreando o que de mais sagrado temos: a liberdade de expressão. Sem esquecer, no entanto, que somente a verdade nos liberta, daí a necessidade de rever o que escreveu acima.

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  3. Wanderley teve um importante papel na secretaria de cultura, ao realizar um resgate da memória do município. Foi pena que não recebeu o apoio suficiente para incentivar as atividades da Casa de Cultura, o Coral Municipal e também para criar novos projetos.
    Mesmo assim fez um importante trabalho com os projetos "Cultura nos Bairros" e "Cultura de Raiz", que no entanto poderiam ter sido melhores se tivessem recebido alguma verba!
    A manutenção de velhos funcionários tricanistas na sua secretaria também não favoreceu as mudanças que tentou implementar...realmente, como ex prof. auto-demitido, da Casa de Cultura, lamento sua saída do governo. Um grande perda!

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  4. Wanderley,

    apenas hoje tive a oportunidade de ler a sua resposta para a postagem que fiz.

    Você tem razão quando diz que o Jornal O Diário de Teresópolis venceu a licitação para ser Diário Oficial. O jornal era o único que cumpria o que a prefeitura pedia no edital de licitação.

    Mas sobre a verba publicitária eu discordo de você. O Jornal O Diário de Teresópolis recebeu durante todo o Governo Jorge Mario uma boa verba publicitária. Essa verba não é ilegal, mas sempre a enxerguei com certa desconfiança. Sendo Diário Oficial, tendo você como secretário e ainda recebendo a verba publicitária algumas matérias do jornal pareciam parciais. Não digo que estou certo, mas acredito que esse olhar desconfiado é compreensível.

    De qualquer forma eu quero parabenizá-lo por deixar esse governo.Nos primeiros dias eu tinha dúvidas se sua atitude era algo estratégico ou se partia de uma verdadeira motivação por não concordar com o governo. Hoje não tenho mais essa dúvida, mas a certeza que a motivação foi verdadeira e justa.

    De qualquer forma farei uma postagem falando sobre o assunto.

    Forte abraço!

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  5. Obrigado, pelo retorno Raphael, mas você continua se enganando.
    Não é verdade que O DIÁRIO (muito menos a DIÁRIO TV) receberam "verbas publicitárias" do governo Jorge Mario. O relacionamento comercial do jornal com a prefeitura está restrito às publicações oficiais, que custam o centímetro de coluna mais barato que quando o diário oficial era publicado na Gazeta, ou em outros jornais da cidade. Além disso, a publicação oficial é uma "prestação de serviço contínuo", que não pode ser paralisada sem o consentimento das partes antes do contrato estar concluído.
    Nenhuma "verba publicitária" foi paga a O DIÁRIO no período em que estive no governo. E não seria ilícito, eu sei. Foi uma opção dos gestores do DIÁRIO para que a linha editorial do jornal não fosse afetada, até porque nem todos sabem quanto custou a credibilidade que o "nosso" jornal conquistou. Aí ficam tentando entender porque O DIÁRIO é o principal jornal da cidade, vendendo, sozinho, mais de 80% da imprensa local.
    Quanto à carta de Renúncia, para que as pessoas entendam porque saí deste governo, segue abaixo:


    Teresópolis, 17 de fevereiro de 2011.

    AO SR. PREFEITO MUNICIPAL
    JORGE MÁRIO SEDLACEK

    CARTA DE RENÚNCIA

    Ao longo dos últimos dois anos servi Teresópolis como Secretário Municipal, cargo que me foi confiado no dia 1.o de janeiro de 2009. Desobrigo-me hoje da função com a certeza que contribuí para que o prefeito fosse bem avaliado na área da Cultura e, embora exaurido nas minhas forças, e já me sentindo órfão do tão agradável convívio diário em minha secretaria - diário mesmo, de segunda à domingo! - me afasto com a consciência tranquila de quem não destrata nem trai princípios, quem fez por merecer o salário pago com dinheiro público.

    Graças ao empenho dos servidores lotados na Cultura, e aos cargos comissionados que tive a liberdade de escolher, implantamos políticas culturais inovadoras na cidade, transformando uma secretaria até então inexpressiva numa das mais bem avaliadas da prefeitura, tornando Teresópolis, inclusive, referência junto à Secretaria de Estado e ao Ministério da Cultura.

    A preservação da memória, a valorização da arte popular, a inserção do artista local no cardápio cultural da prefeitura... Muito mais teria feito se tantas dificuldades não tivesse encontrado dentro do próprio governo. Não fosse a falta de compromisso de pessoas com quem não tivemos oportunidade de conviver durante a campanha, e atenção alguma tivesse do prefeito em quem acreditei ser a melhor opção no pleito de 2008, a Cultura aconteceria na ousada e desmedida proporção que sonhamos juntos.

    Só agora enxergo claramente as preferências e as prioridades que sempre nortearam o governo e, tarde, entendo que as conversões de hábitos administrativos que pretendíamos às vésperas da eleição não ocorrerão, motivos do meu afastamento.

    Ao longo dos últimos vinte anos imploramos por mudanças. Eleito você - e eu, por sua graça - promovi, com alto custo pessoal, as mudanças que prometemos na área que me foi afeta, mas frustra-me a expectativa de não conseguir avançar mais. Quem sabe outro que flua melhor nos bastidores do poder municipal, alguém que fale a linguagem do governo, resulte mais para a pasta agora vaga?

    O homem público sonha pública e coletivamente. Que o prefeito, então, realize assim os seus sonhos, não se esquecendo dos desejos dos que o elegeram.

    Sorte, saúde e paz.

    Wanderley Peres

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